Engraçado, por que se chora tanto de emoção se o show de Roberto Carlos foi feito para a alegria, a celebração em si de um momento mágico da vida artística do mais importante artista do Brasil?
Quando Carla engasgou-se tantas vezes diante da TV nem viu que eu fazia mais do que isso alegrava-me chorando de saudade da vida e das pessoas que se foram, outras chegaram, mais parecendo cachoeira pequena, solitária no pranto qualquer remoendo tudo feito os filmes preto e branco das primeiras imagens da vida passada.
Roberto Carlos não se contentando com a sua meiguice de homem amoroso e iluminado para com o Brasil de mulheres e homens apaixonados por sua obra, ainda assim nos fez viajar na história, como se estivéssemos invocando o romance do escritor Murray Leinster para nos envolver com O Túnel do Tempo, série criada pelo produtor Irwin Allen e sucesso estrondoso na TV na época em que o Rei começava a criar sua majestade.
Vamos por etapa: muitas gerações se transportaram no show espetacular de Roberto Carlos comemorando 50 anos de vida artística, ontem, mesmo em meio a tanta chuva caída lá fora, tomadas do flash back temporal de agora voltada para o tempo perdido anos atrás em que, como saldo, o sentimento profundo se fez valer por conta desse rei bem coroado festejado por mérito.
Claro que a noite nada tinha a ver com as aventuras de dois cientistas que se perdem pelo tempo durante as primeiras experiências do projeto secreto dos Estados Unidos, em 1968, a base / argumento para a famosa série, mas bem que à nossa maneira nos sentimos tomados por esse Túnel do tempo viajando por várias épocas no passado presenciando na memória diversos fatos históricos entre nós.
Foi isso o que ele (Roberto) fez conosco: transportou-nos do presente para inúmeros flagrantes da história movidos por fatos reais do passado envolvendo paixões, encantos, desencontros, paixões, tristezas, enfim um mundo de realidades passadas e só reais no quengo de cada pessoa, no coração de cada um dos movidos por emoções passadas.
Tai no que deu: do final da noite para a madrugada milhões de pessoas nos recantos deste imenso Brasil reverenciaram a trajetória de Roberto pelo que sempre ele foi: líder, poeta moído à paixão, trabalhador danado e, sobretudo, interprete dos sentimentos vividos pela sociedade brasileira em cada canto deste Pais.
Por isso, cá pra nós, ele (nosso fielling) é inimitável como traduziu lá atrás Roberto em um de seus LPs.
Seja como for, o Brasil se dá ao luxo de ter um artista da dimensão do filho de Cachoeira de Itapemirim: sem igual, mas sempre bem-vindo.